"A Metodologia do Paleio", por Rui Abrunhosa
Com este título, o Rui Abrunhosa fez-me chegar, com destino ao blog, o texto que se segue:
.
"Meu Provecto e, precisamente por isso, Caro José Miguel:
Começo a ter uma ideia - bem próxima da preplexante realidade - do que é ser-se analfabeto!... Tem-me sido penoso o percurso, até chegar à já razoável acuidade, com que consigo definir contornos, perceber colorações, notar as tonalidades, intuir nuances. Já consigo perceber o que é ser Analfabeto. Encavalitado num certo ponto de vista, parece-me bom ser Analfabeto. Consegue-se ver mais Longe. Permite perceber-se com mais Transparência. Dispensam-se muitas questões inúteis. Separam-se melhor, entre si, as poucas, válidas, que sobram. Transmitem-se ou guardam-se, de modo muito mais simples, os mais significativos resultados ou as mais importantes conclusões. Enfim!...só vantagens e muitíssimo maior paz fisiológica em geral e do Espírito em especial.
Vem esta partilha de descobertas para dizer, socorrendo-me do nosso uerido, Saudoso (e sempre Saudado no nosso coração) Dr. Cruz Malpique ( "professorando-nos", ao longo de 5 jubilosos anos, centos de tranquilamente incansáveis e deleitosamente encantantes horas de aula), que não sou versado nem conversado em inenarráveis tecnalidades sobre as quais evitarei, por decência, dizer o que Mafoma nunca teve a coragem de dizer sobre o toucinho!... (outra vez uma levantadela, grave, de espessas sobrancelhas, porém transbordante de ironia pedagógica, do fabuloso Malpique !...)
Tecnalidades de fluxo rápido e vida curta, logo desactualizadas no fim de semana seguinte, sempre com um parafusinho vermelho num dos cantos e uma luzinha verde, suave, na outra borda, para infernalizarem tudo o que de agradável poderiam ser as "acontecências" à nossa volta falar, pensar, rir, pensar, aculturar, pensar, evocar, pensar, contar — para deixar os Netos pensar e entender significantes e depreender significados ( a propósito de significados... uma das raras sevícias a que me vi submetido no Liceu Alexandre Herculano foi-me infligida, no 1º ano, pelo Dr. Óscar Lopes "em Português" e pela D. Ema Vidal Pinheiro "em Francês": obrigavam-nos a ter, a fazer e a mostra-lo , devidamente actualizado, de quando em quando, um horroroso "caderno dos significados", que as tecnalidades de hoje consideram ter tido "10x15" e o «Quedias» vendia, à socapa, "para evitar a bicha na loja «da Mocidade» (no 1º andar) e ajuda-lo a criar 11 filhos - às vezes , quando o bagacito liberalizava, eram 13 ) ... enfim!... tecnalidades infernalizantes ( ò Kum Karaças ! ...será caquelas 2 tamém já são portugês ?...) tecnalidades infernalizantes, dizia, dessa coisa tão singela que é Ser ! …
Tabuadas com teclas, teclas em telefones, telefones que andam no bolso, bolsos que trazem cartões de plástico, em vez da bolsinha do dinheiro , que quando eu era caloiro, "no Alexandre", cheirava a sola e quando ali apareci finalista já cheirava a plástico e, para alguns, muito poucos, chegou a ser de argolinhas finas e prateadas , prateadas máquinas fotográficas que não andam nos bolsos nem em bolsas mas no telefone ( e com as quais ningém sabe o que é distancia focal), telefones que entram e saem do computador, computadores que entram e saem de uma órbita do Universo ou oferecem todo o Universo ao subtilmente infantil exercício de um click, click's que vendem ou ganham milhões, ou rebentam automóveis que rebentam centenas de coisas ou «coisos», com um bocadinho de olhos e de sandálias de fora de balandraus brancos, ou negros, rematados no topo com cachecóis do Boavista, «coisas e coisos» que rebentam cidades inteiras, ou só a minha paciência ... enfim!... como dizia o José Maria (Eça de Queiroz), na Cidade e as Serras, «as coisas imensas que os homens ( os «coisos » actualizo eu, porque se nota cada vez mais) inventam para não trabalhar» .
Então, Analfabeto! Custa-me reconverter, divisar como, reter ospercursos, aprender a parecer expedito... para mim o colesterol "sacana" - o «c-LDL»(? ! ...acredita ! os Senhores Doutores agora escrevem assim!... ) , ou, para maior clareza, o colesterol empacotado com lipoproteinas de baixa densidade , doseado num recém nascido que nunca mamou ,continua a ser 150mg/dL, mas para os «gran-finos» da receita *da Caixa*, em triplicado, e para os Senhores Accionistas «da fábrica de pílula pró castrol.», deslocalisada para o «cu de Judas» (o Malpique escrevia "no Calcanhar do Mundo"), tem que passar a ser, para toda a gente ,sem registo criminal, 130 , ou seja, já não chega uma caixa de pílulas, por mês, para cada uma daquelas Pessoas que precisam duma tal pílula para trazer aos 150 o arguido sacana, mas sim, como diria o " Pópí" (ou seria o Filinto?) «Uma Caixa de caixas» por dia para cada bípede com cartão azulinho de «utente»...
Portanto Analfabeto. E, portanto, com dificuldades naturais no domínio dos alfabetos da *pós* - "pós modernidade".
OH Pá! Não consigo perceber como é que se «Posta» (Chissa!...) (conheço bem é a postagem, das vacas de Trás-os-Montes). Como é que se amanda um naco para dentro do Blog? Tu, (bípede de plástico? – será que, pelo menos pela metade, já és de plástico? - sim, porque eu , na boca , já estou com mais de 30% em plástico), Tu, que escreves com a clareza e a graça de raros, já estás a entrar no grupo clamado pelo Doente de uma das Aulas Teórico-Práticas do Velho Prof.. Elísio de Moura, da Faculdade de Medicina de Coimbra, nos idos de 50 !! ... Elísio de Moura apresentava, ao longo de anos, para demonstração de determinado quadro psiquiátrico, sempre o mesmo Doente psicótico. Este, «a intervalos lúcidos», ( ahh - grande Pessoa !...bebias do fino !...) reconhecia cenários, mas, silenciando reactividades, ocultava conscientizações e parecia ausente. Depois de uma breve introdução teórica, ao tema do dia, o Prof. Elísio centrou-se no Doente e começou a descrever-lhe características. Aí, o Doente, que parecia letárgico, num repente, soergue-se de supetão, senta-se na maca e brada, enérgico, indignadamente virado para «a Malta» do anfiteatro: «Lá está o gajo com o palavreado secreto!..».
Zé Miguel: Lá estás Tu com o palavreado secreto ! . Quando recentemente *postaste* no nosso blog, notei-te o esforço da inteligibilidade e persenti-te a pesarosa postura ante o despautério (bem "sabes que eu sei que ninguém sabe" o que quer dizer despautério ou, sequer, se tal coisona - não lembro se andam por aqui letras a mais - é apropriadamente um pedacinho exdruxulo , porém com acento grave, do tal portugês "pòs-pós moderno"), o despautério, dizia, do linguajar da desinformada informática. Ainda há 3 ou 4 palavras atraz, fiz, uma coisa que Camilo, o da nossa Avenida, em vários dos seus romances e novelas, chamava «delir». Juro que está por lá, porque eu vi, em várias das suas obras, com as minhas retinas, que vermes glutões, de fina gastronomia, haverão de comer . Pois toda a Nata dos Informáticos Portugueses diz «delitar», sem pestanejar, portanto sem vergonha, ou, com a maior e a melhor das alfabetizações «pós-pós modernas». Delitar, Pá!!.... É Obra!... Estás aqui, estás tu, também, a precisar de delitar o tiquezinho de passar a ser estúpido, que é o tiquesão de ser português ( tem graça ! : antes dos tsunamis reformáticos da pútrida língua informática ,"acho" que «tiquesão» se escrevia de uma outra qualquer maneira e já me não lembro como era*...mas parecia-me mais curta e deixava, já não sei o quê, mais comprido ! ) Portanto «postar» «delitar» «é tracinho meil, com a» «faile» só com i », «janelas» que ninguém sabe o que é, mas toda a gente compreende se se disser «Windows» e, ou, qual rutilante cereja, no ciminho do creme do bolo, a comprar em suaves mensalidades, que só se começam a pagar depois do S. João, ... ahh !...« printa-se » com uma potente e estalada pancada unidigital , numa tecla de ancas mais largas, deste modo inundando o digitante «usuário» ( !!! ... esta do *usuário* precisava mesmo de um "elástico puxão de orelhas" como recomendava o Camilo da nossa Avenida ), deste modo inundando o digitante usuário, dizia, da inebriante sensação de que «É», «Pode», «Realiza-se» «Domina» e pode ser «malcriado» porque isso não tem importância nenhuma e passou até a ser «bem visto».
"Back to seriousness'" ( já estou a ver o «Teacher Melo de Carvalho» - devo-lhe o que fui capaz de ir buscar ao Mundo, com o "inglês" que me deu - a repuxar o canto da pálpebra para focar o olhar investigativo sobre o suspeito sussurro da elegante chavasquice - porém chavasquice...)...
Ao que venho é a isto: não sei *blogar* (e já agora diz-me lá -ou cá - tanto faz): o que é que Raio quer dizer *Blog* ? O dicionário paraos «advanced learners» da Collins não diz e eu nunca ouvi o Malpique dizer blog nem vi o Alexandre Herculano escrever blog (s). Aqui tens tu três Brilhantes Exemplares de Analfabetos: O Dr. Malpique, o Historiador Alexandre Herculano e este teu criado (porém Amigo) Rui Abrunhosa. Como vês, aqueles dois Senhores - Grandes Senhores - estão em muito boa Companhia porque nenhum de nós sabe "blogar". Eu ainda fui capaz de blogar muito bem (ou, talvez (?) bolar) e fazer blog (se calhar era bloco (?) porque era alto e estiradisso) quando joguei na equipa "do Alexandre Herculano" com que fomos, pela única vez, campeões distritais de Volleyball Escolar.
Não sei «blogar» e pronto! Já disse! E não me façam repetir. É Metodologia de Paleio que vou ter de te pedir pratiques por mim . E olha que já fiz coisas muito difíceis na Vida, no âmbito das metodologias da comunicação. Repara só : aprendi o bê à bá de «pilão» na mão escrevendo «na lousa» onde se «delitava» cuspindo e apagando com a ponta da manga da camisola. Aprendi a comunicar com pausinhos que tinham na ponta umas laminasinhas metálicas que se encaixavam no pausinho . As lâminas eram de dois tipos: vagamente douradas, duras e picavam a *nalga* do gajo da carteira da frente -chamavam-se Viarco ; ou então eram mais alargadas, prateadas, escreviam suave, pelas pontas esferuladas, gastavam mais tinta, convidavam mais a fazer espreitar a língua no canto da boca, e chamavam-se «com cruz de Cristo». Molhavam-se em vasos de porcelana que estavam encastuados no canto superior direito duma tábua que logo se inclinava e se chamava «carteira», ?mas não cabia no bolso, nem as senhoras podiam dependurar no antebraço. Nunca percebi porque se chamava àquilo «carteira»!. Nunca ninguém urinou naquele vasinho de porcelana! Seria impensável! Também ningúem cuspiu nele. A única coisa que tinha era tinta. A tinta nunca faltava, mas nunca descobri porquê nunca secava ou quem é que e quando lá a punha se corresse o risco de estar a acabar. Com esta metodologia não se podia «delitar» e quem caísse numa tal tentação borrava a escrita toda e podia até furar o papel , principalmente se o bico fosse Viarco. Também pratiquei um outro modo giro de comunicar empaleando que era com um quadro preto (depois vieram a ser verdes e soavam a chôco) e giz branco que no «Alexandre Superior» se diferenciou em várias côres de que umas eram mais macias que outras melhor desta metodologia era quando se apagava !! ("acho" que aqui caía bem uma de informático : quando se delitava). Com energia, procurava-se provocar uma poeirada bestial para, desse modo, se branquear o fato - sem bata - e o cabelo abrilhantinado de certos professores, de "pê" mais pequeno, que nos tinham convocado para uma «Chamada Oral » . De comunicadela em comunicadela - com as mais diversificadas metodologias do paleio - foi sempre com a Sólida Base que me ofereceram os Fabulosos Professores que tive o prervilégio de disfurtar, nas «Escolas Primárias» que frequentei , uma no «Mato» - nos Dembos - em Angola (aquela D. Ana !!! que Inesquecível Qualidade até aos meus 9 anos !!!) outra numa aldeia transmontana (que Gigante de Ternura, de Zelo, de Capacidade como Educador, o Professor Moreira!) e depois, mais adiante, no Nosso Alexandre Herculano,( Que Geração, que Colecção de Professores !!!) .Foi sempre encarrapitado nessas sólidas bases que atravessei a Vida, procurando, sempre comunicar , partilhar, oferecer, receber, em Fim : Ser. Comovo-me quando perpasso a Memória e nela reencontro os ( tantos!) meus Professores Memoráveis e Condiscípulos Inesquecíveis.Como me fizeram crescer, todos Eles, todos Vós. " Se consegui ver mais longe, foi porque me encarrapitei em ombros de Gigantes" (infelizmente a frase não é minha, mas do Isaac Newton , que foi proprietário da Cátedra de Física na Universidade de Cambridge). Porém , olha: não sei blogar, mas prometo fazer um último esforço de alfabetização.
Porque ( confesso) esta metodologiasinha de paleio - o nosso Blog - pode bem vir a tornar-se plena de Bondade e Beleza como tantas outras que «o Alexandre Herculano» nos ensinou a fazer e, por isso, fizemos, na Vida. Todos poderíamos dar uma participadela, ou porque já sabemos blogar, ou porque podemos solicitar aos que sabem para que o façam por nós. Metermos todos "meia de paleio" no nosso Blog , precisamente partilhando **Nacos de Vida** do que foi ou está sendo a nossa Vida, graças ao fermento que para todos nós foi «O Alexandre Herculano»
Zé Miguel : Peço- te o favor de me meteres este Paleio todo, por aí acima e daqui para baixo, no Blog LAH.. Anexo-lhe duas "Chávenas de Café Quase Amargo" que como lembrarás era uma colecção de notículas que o Dr Cruz Malpique fez publicar, ao longo da vida, em vários jornais portugueses. As últimas terão sido, de meu conhecimento, as que, entre finais dos anos 70 e primeiros dos de 80 apareceram no periódico «O Regional » de S. João da Madeira de onde as retirei há já cerca de pelo menos 20 anos . Por desatenta ligeireza não anotei então referencia aos nºs de edição nem às respectivas datas. Acho que «O Regional não se vai *chatear* e o Dr Malpique limitar-se-ia a sorrir, puxando do lapinhos, de traz da orelha, para o exibir como quem convida ao seu uso, sempre.. Lapinhos : a Melhor Metodologia do Paleio !!!
Também anexo 3 ou 4 fotografias com arranjos - eu diria melhor: com pequenas aldrabices bem intencionadas - que introduzi no material que nos foi oferecido pelo Moreira e por ele recolhido no Almoço de 25 de Novembro passado.
E já agora e antes de acabar: tu garantes-me que "tecnalidades" e "infernalizantes" existem mesmo como português ? , ou é (Plus Ultra !) *pudeguês* ?
Aprendi há cerca de 20 anos que recordar ( por um qualquer, para mim misterioso, atalho latino-italianoso é "voltar a passar pelo Coração". Fico á espera de que todos venham ao Blog voltar a fazer tudo passar de novo pelo Coração . Entretanto aqui te deixo para ti e ara todos um "Alongado, Enternecido, e Apertado Abraço" como fez o Eça para o Conde de Arnoso .
PS: Ando, desde meados de Janeiro, à tua procura. O teu telefone fixo,, obtido do "118", dá um concerto de uma rápida nota-só que medeixou a suspeita de que não pagas a conta da Pt. ;"; amandei" a produção supra para o Blog e presenti que me fizeram um manguito de paca cinzenta escura com riscas brancas ; mandei isto tudo pelo "gmail" de suporte ao Blog e recebi uma "nega" "afirmando" que era sconhecido ( parece uma frase à moda do Américo Tomás) . Perdido, mas não vencido, telefonei há momentos ao nosso Hernâni Maia que logo comigo patilhou modos de te encontrar. Espero ter mais sorte ."
Seguem-se as fotos e legendas que o Abrunhosa mandou, como anuncia no seu texto! Aí vão...
"Meu Provecto e, precisamente por isso, Caro José Miguel:
Começo a ter uma ideia - bem próxima da preplexante realidade - do que é ser-se analfabeto!... Tem-me sido penoso o percurso, até chegar à já razoável acuidade, com que consigo definir contornos, perceber colorações, notar as tonalidades, intuir nuances. Já consigo perceber o que é ser Analfabeto. Encavalitado num certo ponto de vista, parece-me bom ser Analfabeto. Consegue-se ver mais Longe. Permite perceber-se com mais Transparência. Dispensam-se muitas questões inúteis. Separam-se melhor, entre si, as poucas, válidas, que sobram. Transmitem-se ou guardam-se, de modo muito mais simples, os mais significativos resultados ou as mais importantes conclusões. Enfim!...só vantagens e muitíssimo maior paz fisiológica em geral e do Espírito em especial.
Vem esta partilha de descobertas para dizer, socorrendo-me do nosso uerido, Saudoso (e sempre Saudado no nosso coração) Dr. Cruz Malpique ( "professorando-nos", ao longo de 5 jubilosos anos, centos de tranquilamente incansáveis e deleitosamente encantantes horas de aula), que não sou versado nem conversado em inenarráveis tecnalidades sobre as quais evitarei, por decência, dizer o que Mafoma nunca teve a coragem de dizer sobre o toucinho!... (outra vez uma levantadela, grave, de espessas sobrancelhas, porém transbordante de ironia pedagógica, do fabuloso Malpique !...)
Tecnalidades de fluxo rápido e vida curta, logo desactualizadas no fim de semana seguinte, sempre com um parafusinho vermelho num dos cantos e uma luzinha verde, suave, na outra borda, para infernalizarem tudo o que de agradável poderiam ser as "acontecências" à nossa volta falar, pensar, rir, pensar, aculturar, pensar, evocar, pensar, contar — para deixar os Netos pensar e entender significantes e depreender significados ( a propósito de significados... uma das raras sevícias a que me vi submetido no Liceu Alexandre Herculano foi-me infligida, no 1º ano, pelo Dr. Óscar Lopes "em Português" e pela D. Ema Vidal Pinheiro "em Francês": obrigavam-nos a ter, a fazer e a mostra-lo , devidamente actualizado, de quando em quando, um horroroso "caderno dos significados", que as tecnalidades de hoje consideram ter tido "10x15" e o «Quedias» vendia, à socapa, "para evitar a bicha na loja «da Mocidade» (no 1º andar) e ajuda-lo a criar 11 filhos - às vezes , quando o bagacito liberalizava, eram 13 ) ... enfim!... tecnalidades infernalizantes ( ò Kum Karaças ! ...será caquelas 2 tamém já são portugês ?...) tecnalidades infernalizantes, dizia, dessa coisa tão singela que é Ser ! …
Tabuadas com teclas, teclas em telefones, telefones que andam no bolso, bolsos que trazem cartões de plástico, em vez da bolsinha do dinheiro , que quando eu era caloiro, "no Alexandre", cheirava a sola e quando ali apareci finalista já cheirava a plástico e, para alguns, muito poucos, chegou a ser de argolinhas finas e prateadas , prateadas máquinas fotográficas que não andam nos bolsos nem em bolsas mas no telefone ( e com as quais ningém sabe o que é distancia focal), telefones que entram e saem do computador, computadores que entram e saem de uma órbita do Universo ou oferecem todo o Universo ao subtilmente infantil exercício de um click, click's que vendem ou ganham milhões, ou rebentam automóveis que rebentam centenas de coisas ou «coisos», com um bocadinho de olhos e de sandálias de fora de balandraus brancos, ou negros, rematados no topo com cachecóis do Boavista, «coisas e coisos» que rebentam cidades inteiras, ou só a minha paciência ... enfim!... como dizia o José Maria (Eça de Queiroz), na Cidade e as Serras, «as coisas imensas que os homens ( os «coisos » actualizo eu, porque se nota cada vez mais) inventam para não trabalhar» .
Então, Analfabeto! Custa-me reconverter, divisar como, reter ospercursos, aprender a parecer expedito... para mim o colesterol "sacana" - o «c-LDL»(? ! ...acredita ! os Senhores Doutores agora escrevem assim!... ) , ou, para maior clareza, o colesterol empacotado com lipoproteinas de baixa densidade , doseado num recém nascido que nunca mamou ,continua a ser 150mg/dL, mas para os «gran-finos» da receita *da Caixa*, em triplicado, e para os Senhores Accionistas «da fábrica de pílula pró castrol.», deslocalisada para o «cu de Judas» (o Malpique escrevia "no Calcanhar do Mundo"), tem que passar a ser, para toda a gente ,sem registo criminal, 130 , ou seja, já não chega uma caixa de pílulas, por mês, para cada uma daquelas Pessoas que precisam duma tal pílula para trazer aos 150 o arguido sacana, mas sim, como diria o " Pópí" (ou seria o Filinto?) «Uma Caixa de caixas» por dia para cada bípede com cartão azulinho de «utente»...
Portanto Analfabeto. E, portanto, com dificuldades naturais no domínio dos alfabetos da *pós* - "pós modernidade".
OH Pá! Não consigo perceber como é que se «Posta» (Chissa!...) (conheço bem é a postagem, das vacas de Trás-os-Montes). Como é que se amanda um naco para dentro do Blog? Tu, (bípede de plástico? – será que, pelo menos pela metade, já és de plástico? - sim, porque eu , na boca , já estou com mais de 30% em plástico), Tu, que escreves com a clareza e a graça de raros, já estás a entrar no grupo clamado pelo Doente de uma das Aulas Teórico-Práticas do Velho Prof.. Elísio de Moura, da Faculdade de Medicina de Coimbra, nos idos de 50 !! ... Elísio de Moura apresentava, ao longo de anos, para demonstração de determinado quadro psiquiátrico, sempre o mesmo Doente psicótico. Este, «a intervalos lúcidos», ( ahh - grande Pessoa !...bebias do fino !...) reconhecia cenários, mas, silenciando reactividades, ocultava conscientizações e parecia ausente. Depois de uma breve introdução teórica, ao tema do dia, o Prof. Elísio centrou-se no Doente e começou a descrever-lhe características. Aí, o Doente, que parecia letárgico, num repente, soergue-se de supetão, senta-se na maca e brada, enérgico, indignadamente virado para «a Malta» do anfiteatro: «Lá está o gajo com o palavreado secreto!..».
Zé Miguel: Lá estás Tu com o palavreado secreto ! . Quando recentemente *postaste* no nosso blog, notei-te o esforço da inteligibilidade e persenti-te a pesarosa postura ante o despautério (bem "sabes que eu sei que ninguém sabe" o que quer dizer despautério ou, sequer, se tal coisona - não lembro se andam por aqui letras a mais - é apropriadamente um pedacinho exdruxulo , porém com acento grave, do tal portugês "pòs-pós moderno"), o despautério, dizia, do linguajar da desinformada informática. Ainda há 3 ou 4 palavras atraz, fiz, uma coisa que Camilo, o da nossa Avenida, em vários dos seus romances e novelas, chamava «delir». Juro que está por lá, porque eu vi, em várias das suas obras, com as minhas retinas, que vermes glutões, de fina gastronomia, haverão de comer . Pois toda a Nata dos Informáticos Portugueses diz «delitar», sem pestanejar, portanto sem vergonha, ou, com a maior e a melhor das alfabetizações «pós-pós modernas». Delitar, Pá!!.... É Obra!... Estás aqui, estás tu, também, a precisar de delitar o tiquezinho de passar a ser estúpido, que é o tiquesão de ser português ( tem graça ! : antes dos tsunamis reformáticos da pútrida língua informática ,"acho" que «tiquesão» se escrevia de uma outra qualquer maneira e já me não lembro como era*...mas parecia-me mais curta e deixava, já não sei o quê, mais comprido ! ) Portanto «postar» «delitar» «é tracinho meil, com a» «faile» só com i », «janelas» que ninguém sabe o que é, mas toda a gente compreende se se disser «Windows» e, ou, qual rutilante cereja, no ciminho do creme do bolo, a comprar em suaves mensalidades, que só se começam a pagar depois do S. João, ... ahh !...« printa-se » com uma potente e estalada pancada unidigital , numa tecla de ancas mais largas, deste modo inundando o digitante «usuário» ( !!! ... esta do *usuário* precisava mesmo de um "elástico puxão de orelhas" como recomendava o Camilo da nossa Avenida ), deste modo inundando o digitante usuário, dizia, da inebriante sensação de que «É», «Pode», «Realiza-se» «Domina» e pode ser «malcriado» porque isso não tem importância nenhuma e passou até a ser «bem visto».
"Back to seriousness'" ( já estou a ver o «Teacher Melo de Carvalho» - devo-lhe o que fui capaz de ir buscar ao Mundo, com o "inglês" que me deu - a repuxar o canto da pálpebra para focar o olhar investigativo sobre o suspeito sussurro da elegante chavasquice - porém chavasquice...)...
Ao que venho é a isto: não sei *blogar* (e já agora diz-me lá -ou cá - tanto faz): o que é que Raio quer dizer *Blog* ? O dicionário paraos «advanced learners» da Collins não diz e eu nunca ouvi o Malpique dizer blog nem vi o Alexandre Herculano escrever blog (s). Aqui tens tu três Brilhantes Exemplares de Analfabetos: O Dr. Malpique, o Historiador Alexandre Herculano e este teu criado (porém Amigo) Rui Abrunhosa. Como vês, aqueles dois Senhores - Grandes Senhores - estão em muito boa Companhia porque nenhum de nós sabe "blogar". Eu ainda fui capaz de blogar muito bem (ou, talvez (?) bolar) e fazer blog (se calhar era bloco (?) porque era alto e estiradisso) quando joguei na equipa "do Alexandre Herculano" com que fomos, pela única vez, campeões distritais de Volleyball Escolar.
Não sei «blogar» e pronto! Já disse! E não me façam repetir. É Metodologia de Paleio que vou ter de te pedir pratiques por mim . E olha que já fiz coisas muito difíceis na Vida, no âmbito das metodologias da comunicação. Repara só : aprendi o bê à bá de «pilão» na mão escrevendo «na lousa» onde se «delitava» cuspindo e apagando com a ponta da manga da camisola. Aprendi a comunicar com pausinhos que tinham na ponta umas laminasinhas metálicas que se encaixavam no pausinho . As lâminas eram de dois tipos: vagamente douradas, duras e picavam a *nalga* do gajo da carteira da frente -chamavam-se Viarco ; ou então eram mais alargadas, prateadas, escreviam suave, pelas pontas esferuladas, gastavam mais tinta, convidavam mais a fazer espreitar a língua no canto da boca, e chamavam-se «com cruz de Cristo». Molhavam-se em vasos de porcelana que estavam encastuados no canto superior direito duma tábua que logo se inclinava e se chamava «carteira», ?mas não cabia no bolso, nem as senhoras podiam dependurar no antebraço. Nunca percebi porque se chamava àquilo «carteira»!. Nunca ninguém urinou naquele vasinho de porcelana! Seria impensável! Também ningúem cuspiu nele. A única coisa que tinha era tinta. A tinta nunca faltava, mas nunca descobri porquê nunca secava ou quem é que e quando lá a punha se corresse o risco de estar a acabar. Com esta metodologia não se podia «delitar» e quem caísse numa tal tentação borrava a escrita toda e podia até furar o papel , principalmente se o bico fosse Viarco. Também pratiquei um outro modo giro de comunicar empaleando que era com um quadro preto (depois vieram a ser verdes e soavam a chôco) e giz branco que no «Alexandre Superior» se diferenciou em várias côres de que umas eram mais macias que outras melhor desta metodologia era quando se apagava !! ("acho" que aqui caía bem uma de informático : quando se delitava). Com energia, procurava-se provocar uma poeirada bestial para, desse modo, se branquear o fato - sem bata - e o cabelo abrilhantinado de certos professores, de "pê" mais pequeno, que nos tinham convocado para uma «Chamada Oral » . De comunicadela em comunicadela - com as mais diversificadas metodologias do paleio - foi sempre com a Sólida Base que me ofereceram os Fabulosos Professores que tive o prervilégio de disfurtar, nas «Escolas Primárias» que frequentei , uma no «Mato» - nos Dembos - em Angola (aquela D. Ana !!! que Inesquecível Qualidade até aos meus 9 anos !!!) outra numa aldeia transmontana (que Gigante de Ternura, de Zelo, de Capacidade como Educador, o Professor Moreira!) e depois, mais adiante, no Nosso Alexandre Herculano,( Que Geração, que Colecção de Professores !!!) .Foi sempre encarrapitado nessas sólidas bases que atravessei a Vida, procurando, sempre comunicar , partilhar, oferecer, receber, em Fim : Ser. Comovo-me quando perpasso a Memória e nela reencontro os ( tantos!) meus Professores Memoráveis e Condiscípulos Inesquecíveis.Como me fizeram crescer, todos Eles, todos Vós. " Se consegui ver mais longe, foi porque me encarrapitei em ombros de Gigantes" (infelizmente a frase não é minha, mas do Isaac Newton , que foi proprietário da Cátedra de Física na Universidade de Cambridge). Porém , olha: não sei blogar, mas prometo fazer um último esforço de alfabetização.
Porque ( confesso) esta metodologiasinha de paleio - o nosso Blog - pode bem vir a tornar-se plena de Bondade e Beleza como tantas outras que «o Alexandre Herculano» nos ensinou a fazer e, por isso, fizemos, na Vida. Todos poderíamos dar uma participadela, ou porque já sabemos blogar, ou porque podemos solicitar aos que sabem para que o façam por nós. Metermos todos "meia de paleio" no nosso Blog , precisamente partilhando **Nacos de Vida** do que foi ou está sendo a nossa Vida, graças ao fermento que para todos nós foi «O Alexandre Herculano»
Zé Miguel : Peço- te o favor de me meteres este Paleio todo, por aí acima e daqui para baixo, no Blog LAH.. Anexo-lhe duas "Chávenas de Café Quase Amargo" que como lembrarás era uma colecção de notículas que o Dr Cruz Malpique fez publicar, ao longo da vida, em vários jornais portugueses. As últimas terão sido, de meu conhecimento, as que, entre finais dos anos 70 e primeiros dos de 80 apareceram no periódico «O Regional » de S. João da Madeira de onde as retirei há já cerca de pelo menos 20 anos . Por desatenta ligeireza não anotei então referencia aos nºs de edição nem às respectivas datas. Acho que «O Regional não se vai *chatear* e o Dr Malpique limitar-se-ia a sorrir, puxando do lapinhos, de traz da orelha, para o exibir como quem convida ao seu uso, sempre.. Lapinhos : a Melhor Metodologia do Paleio !!!
Também anexo 3 ou 4 fotografias com arranjos - eu diria melhor: com pequenas aldrabices bem intencionadas - que introduzi no material que nos foi oferecido pelo Moreira e por ele recolhido no Almoço de 25 de Novembro passado.
E já agora e antes de acabar: tu garantes-me que "tecnalidades" e "infernalizantes" existem mesmo como português ? , ou é (Plus Ultra !) *pudeguês* ?
Aprendi há cerca de 20 anos que recordar ( por um qualquer, para mim misterioso, atalho latino-italianoso é "voltar a passar pelo Coração". Fico á espera de que todos venham ao Blog voltar a fazer tudo passar de novo pelo Coração . Entretanto aqui te deixo para ti e ara todos um "Alongado, Enternecido, e Apertado Abraço" como fez o Eça para o Conde de Arnoso .
PS: Ando, desde meados de Janeiro, à tua procura. O teu telefone fixo,, obtido do "118", dá um concerto de uma rápida nota-só que medeixou a suspeita de que não pagas a conta da Pt. ;"; amandei" a produção supra para o Blog e presenti que me fizeram um manguito de paca cinzenta escura com riscas brancas ; mandei isto tudo pelo "gmail" de suporte ao Blog e recebi uma "nega" "afirmando" que era sconhecido ( parece uma frase à moda do Américo Tomás) . Perdido, mas não vencido, telefonei há momentos ao nosso Hernâni Maia que logo comigo patilhou modos de te encontrar. Espero ter mais sorte ."
Seguem-se as fotos e legendas que o Abrunhosa mandou, como anuncia no seu texto! Aí vão...
Do 52º Aniversário dos Finalistas LAH 1954 (25 Novembro 2006):
Soares de Sousa de rosa na mão
Moreira, o grande "leader" organizativo e por isso com direito a duas garrafas
O Dr. António Augusto Lopes
Duas das "Chávenas de Café Quase Amargo", do Dr. Cruz Malpique:
postado por ZM para Rui Abrunhosa
A TEMPO: Caro Rui! isto merece (e bem) resposta! Deixa-me primeiro curar da gripe!
ZM
1 Comentários:
Começo a ficar envergonhado por a malta ver as garrafas. O Abrunhosa apanhou-me distraído.
Moreira
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