Das postagens no "sai-te daqui" relativas ao passeio
1º de Maio
Parece oportuno retomar aqui este excerto sobre o trabalho no Douro histórico, mas não muito longínquo, como exposto na Casa-Museu de Freixo de Numão:
"(...) O Doiro risonho e alegre que o senhor Meneses aguarelava como qualquer propagandista oficial, ocultava por debaixo do sorriso turístico um calvário de lágrimas e fome. A descrição colorida do palco de xisto escamoteava o martírio dos actores. O trato reles, as jornas miseráveis, a promisquidade eram explicadas de todas as maneiras: crises sucessivas, pragas terríveis, concorrências desleais e criminosas do sul, anos de colheitas más. Simplesmente, tudo isso não justificava uma escravidão de que não havia paralelo em todo o país. (...)"
"(...) O Doiro risonho e alegre que o senhor Meneses aguarelava como qualquer propagandista oficial, ocultava por debaixo do sorriso turístico um calvário de lágrimas e fome. A descrição colorida do palco de xisto escamoteava o martírio dos actores. O trato reles, as jornas miseráveis, a promisquidade eram explicadas de todas as maneiras: crises sucessivas, pragas terríveis, concorrências desleais e criminosas do sul, anos de colheitas más. Simplesmente, tudo isso não justificava uma escravidão de que não havia paralelo em todo o país. (...)"
Miguel Torga, in "Vindima"
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2007-04-30
Duas Santas Bárbaras: uma evidente e uma encoberta
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Não poderia deixar de, nesta visita ao ALto Douro, tentar localizar representações de Santa Bárbara, sabendo como arreigado foi o seu culto no interior norte. Foi uma prospecção meramente casuística, nos locais de referência que se haviam seleccionado. No entanto foi produtiva!
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A primeira imagem vista foi no mosteiro de Salzedas, em Tarouca. Evidente nos seus atributos, não dá lugar a qualquer dúvida:
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A primeira imagem vista foi no mosteiro de Salzedas, em Tarouca. Evidente nos seus atributos, não dá lugar a qualquer dúvida:
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Já mais controversa - e certamente justificando uma futura troca de correspondência - é a situação encontrada na igreja de Castelo Rodrigo e de que não colhi imagem por duas razões: a primeira é porque, sendo já dia avançado e algo cinzentão e dado ainda o aspecto escurecido da própria tábua, os melhores recursos da minha limitada máquina fotográfica não iriam levar a mais que uma mancha escura em que seria difícil discernir um qualquer objectivo; a segunda razão é porque um bem visível cartaz, à entrada da igreja, notificava da proibição de colher fotografias. Pois bem: logo à esquerda de quem entra na igreja há um altar que apresenta lateralmente quatro tábuas. Logo a tábua superior esquerda é anunciada como representando Santa Luzia, uma outra respeitável e milagreira mártir. Perguntando à cicerone porquê Santa Luzia, esta respondeu "porque lhe faltam os olhos". Mas, vistas bem as coisas, os olhos estão lá mesmo e o que falta é a apresentação destes num prato, ou sob qualquer outra forma "solta" que identifique o martírio por vazamento, como é comum atributo desta Santa. Mais ainda: ao fundo da tábua, num plano posterior à figura pintada, identifica-se e bem o postigo de uma torre, o que imediatamente dá uma identificação como Santa Bárbara e não como Santa Luzia. Matéria a debater com o Turismo local (e certamente o Abade). Veremos pois...
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2007-04-29
O "cadavre exquis" adiado; sugestão do "déjeuner exquis"
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I
.Para a deslocação ao Alto-Douro eu tinha preparado uma proposta de "cadavre exquis", construção favorita dos surrealistas que alguns teimam em traduzir por "cadaver esquisito" mas a que eu preferiria chamar "cadáver requintado" [1]. O nome é tétrico, convenhamos, para um processo de grupo [1a] que de facto se mostra requintado e criativo e de que seriam de esperar resultados surpreendentemente ricos num grupo de 33 pessoas dos mais variados trajectos, como era o nosso. Mas nem o fiz sair da casca, ou seja, por me parecer não existir "mercado", nem fiz consulta do "querem ou não querem", nem distribuí sequer a proposta. A primeira razão foram os dois "derbies" futeboleiros, ontem e hoje - geradores de intranquilidade em dragões (estes com razão), panteras, águias e leões (estes dois também, aliviando a escamação dos preocupados anteriores). Outro compreensível causa foi a magnificência esmagadora da paisagem no ir-Rio-Douro-acima, da Régua a Barca de Alva, que implica uma admiração intensa - ainda que entrecortada de almoço - e que não deixa tempo para outros devaneios.
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Amanhã teremos o regresso e certamente o "Maria, donde vens? Venho da festa!" tão diferente do "Maria, para onde vais? Vou para a festa!", pelo que melhor será arrecadar o texto i.e. "meter a viola no saco", reservando-a para mais oportunas vivências de grupo.
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Mas como seria pena perder o trabalho feito, a ideia aí vai, as regras também (e até oferecendo duas modalidades mais) e, para terminar, a descrição de uma alternativa criativa, aliás já experimentada.
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O princípio: O princípio do "cadáver requintado" baseia-se na continuação estritamente pessoal de um trajecto colectivo em que cada um dos participantes, ignorando o exercício feito pelos intervenientes anteriores, recebe do que imediatamente o antecede apenas os elementos de ligação de entrada para poder construir em segredo o seu próprio exercício e, findo este, só entrega ao participante que se lhe segue os elementos de ligação de saída que resultam do seu próprio exercício. E assim sucessivamente... até que, no fim [2], se apresenta publicamente e com grande gáudio dos intervenientes o resultado global!Nada mais simples: poderão existir "cadavres exquis" em desenhos, em palavras e até em música! Dá-se seguidamente o exemplo de um "cadavre exquis" gráfico, obtido por colagem em 1928 e onde se encontram contributos atribuídos a André Breton, Max Morise, Pierre Naville, Benjamin Péret, Jacques Prévert e Jeannette e Yves Tanguy.
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As regras do caso concreto que eu pretendia levar ao grupo: Trata-se da construção de um "cadáver requintado" por palavras (ou conceitos) com o maior grau de liberdade. Alternativas mais e menos livres são dadas nas notas finais [3 & 5] , mas talvez não seja mau de todo - para grupos não iniciados - começar pela que se segue que é de carácter mediano.
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COMO FAZER:
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1. O parceiro do lado passa-te um papel enrolado ou dobrado onde estão as frases deixadas pelos parceiros anteriores (NÃO AS PODES LER!) e diz-se EM SEGREDO a PALAVRA que é a última da frase que ele escreveu (e que tu. é claro, NÃO LÊS!).
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2.Fixando-te nessa palavra que recebes, passas a inventar uma FRASE que essa palavra de ligação te inspire. Não é necessário que nessa frase repitas a palavra [5] mas a tua frase deve POR QUALQUER FORMA inspirar-se nela: p.ex. se o teu parceiro te disse SAPATO, na tua frase a palavra SAPATO pode estar ou não presente [5] mas deve exprimir o que SAPATO te trouxe à ideia, seja FERRADURA, CHINELA, PÉ, PATO ou qualquer outra coisa que em forma de associação ou mesmo de oposição te brote expontaneamente dos neurónios em relação ao que te disseram. Gramaticamente a frase também é livre, bem como em extensão (embora não seja aceitável escrever longos testamentos pois que no máximo um alexandrino chega) [5a]. Entendido?
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3.Escreves então a tua frase em segredo e em segredo a deixas até à leitura final, enrolas ou dobras o papel para que ninguém ta leia e passas ao teu vizinho a seguir a quem anuncias também em segredo qual foi a última palavra da tua frase. 4. Ele fará o mesmo e assim sucessivamente até se completar a volta (ou as voltas) e todos escreverem frases. Segue-se a leitura! O resultado final é frequentemente hilariante e, por vezes, surpreendente. Esperemos que sim, também neste caso!".
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Amanhã teremos o regresso e certamente o "Maria, donde vens? Venho da festa!" tão diferente do "Maria, para onde vais? Vou para a festa!", pelo que melhor será arrecadar o texto i.e. "meter a viola no saco", reservando-a para mais oportunas vivências de grupo.
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II
.Mas como seria pena perder o trabalho feito, a ideia aí vai, as regras também (e até oferecendo duas modalidades mais) e, para terminar, a descrição de uma alternativa criativa, aliás já experimentada.
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O princípio: O princípio do "cadáver requintado" baseia-se na continuação estritamente pessoal de um trajecto colectivo em que cada um dos participantes, ignorando o exercício feito pelos intervenientes anteriores, recebe do que imediatamente o antecede apenas os elementos de ligação de entrada para poder construir em segredo o seu próprio exercício e, findo este, só entrega ao participante que se lhe segue os elementos de ligação de saída que resultam do seu próprio exercício. E assim sucessivamente... até que, no fim [2], se apresenta publicamente e com grande gáudio dos intervenientes o resultado global!Nada mais simples: poderão existir "cadavres exquis" em desenhos, em palavras e até em música! Dá-se seguidamente o exemplo de um "cadavre exquis" gráfico, obtido por colagem em 1928 e onde se encontram contributos atribuídos a André Breton, Max Morise, Pierre Naville, Benjamin Péret, Jacques Prévert e Jeannette e Yves Tanguy.
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As regras do caso concreto que eu pretendia levar ao grupo: Trata-se da construção de um "cadáver requintado" por palavras (ou conceitos) com o maior grau de liberdade. Alternativas mais e menos livres são dadas nas notas finais [3 & 5] , mas talvez não seja mau de todo - para grupos não iniciados - começar pela que se segue que é de carácter mediano.
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"CADAVRE EXQUIS: REGRAS
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Trata-se de cada um escrever anonima e secretamente uma frase motivada por uma palavra que o parceiro transmite sem conhecer as frases anteriores e prosseguir assim até ao último do grupo. O conjunto no fim é lido em voz alta e todos escutam! [4] . .
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COMO FAZER:
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1. O parceiro do lado passa-te um papel enrolado ou dobrado onde estão as frases deixadas pelos parceiros anteriores (NÃO AS PODES LER!) e diz-se EM SEGREDO a PALAVRA que é a última da frase que ele escreveu (e que tu. é claro, NÃO LÊS!).
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2.Fixando-te nessa palavra que recebes, passas a inventar uma FRASE que essa palavra de ligação te inspire. Não é necessário que nessa frase repitas a palavra [5] mas a tua frase deve POR QUALQUER FORMA inspirar-se nela: p.ex. se o teu parceiro te disse SAPATO, na tua frase a palavra SAPATO pode estar ou não presente [5] mas deve exprimir o que SAPATO te trouxe à ideia, seja FERRADURA, CHINELA, PÉ, PATO ou qualquer outra coisa que em forma de associação ou mesmo de oposição te brote expontaneamente dos neurónios em relação ao que te disseram. Gramaticamente a frase também é livre, bem como em extensão (embora não seja aceitável escrever longos testamentos pois que no máximo um alexandrino chega) [5a]. Entendido?
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3.Escreves então a tua frase em segredo e em segredo a deixas até à leitura final, enrolas ou dobras o papel para que ninguém ta leia e passas ao teu vizinho a seguir a quem anuncias também em segredo qual foi a última palavra da tua frase. 4. Ele fará o mesmo e assim sucessivamente até se completar a volta (ou as voltas) e todos escreverem frases. Segue-se a leitura! O resultado final é frequentemente hilariante e, por vezes, surpreendente. Esperemos que sim, também neste caso!".
III
Uma versão muito cómica e embaraçadora deste processo criativo, noutros cenários, é o "déjeuner exquis" "almoço estranho" (aí já não lhe chamarei requintado pois esta acepção, num almoço, liga-se mais à qualidade das coisas como se anuncia no programa do que amanhã nos espera e já nos faz salivar!). Há que também avisar o local onde se realiza para não serem os convivas escorraçados por doidos varridos à medida que o processo se desenvolve. Para um almoço com aperitivo, sopa, dois pratos (carne e peixe, mesmo que já se não use!), sobremesa (doce e fruta) e café faz-se assim: cada conviva, em "papelinhos" A7 de papel de uma côr que escolhe (e a que chamaremos os "votos") escreve exactamente as palavras "aperitivo", "sopa", "carne", "peixe", "doce", "fruta" e "café" [6] e enrola os papelinhos cuidadosamente, por forma a que se não veja o escrito, e coloca-os num vaso aberto que permita visualizar a cor. Mistura-se tudo bem. Para iniciar o almoço, faz-se a primeira tiragem de votos e cada um come o que lhe sair: A pode iniciar com a sopa, B com a fruta, C com o café, etc. etc. Segue-se a segunda votação e assim sucessivamente até ao fim do almoço.
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Se num grupo de amigos o jogo já é pândego, em "tête à tête" amoroso ou quase e em simulacro de "cabinet particulier" (coisa que também já não existe, mas que teve a sua época!) o processo, mesmo que se mantendo prandial, pode permitir outros toques de criatividade, claro.
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[1] O assunto merece ser tratado seriamente! Veja-se
ou, para os não francófonos,
onde se poderão construir "cadavres exquis" assaz divertidos em colaboração internacional segundo as regras referidas em [5a]. Aliás o nome do processo nasce em 1925 da primeira frase obtida deste modo: "Le cadavre exquis boira le vin nouveau" (o cadáver requintado beberá o vinho novo).
[1a] A designação de "jogo surrealista" ou de "um dos jogos dos surrealistas" (porque há mais) é relativamente comum; já a designação de "jogo de salão" levará qualquer surrealista a torcer o nariz.
[2] Este aviso prévio é útil para evitar que qualquer dos participantes possa enveredar por contribuições javardas em ambientes em que esse "grau de liberdade" (que certamente muitos surrealistas genuinos reclamariam) possa parecer deslocado. É uma cedência aos costumes, uma restrição à liberdade do processo, mas é prudente o aviso!
[2a] Cortesia a
[3]Já se deixou expressa a liberdade que pode existir neste processo. Uma modalidade mais livre será transmitir conceitos em vez de palavras, mesmo que as palavras que traduzam esses conceitos possam (mas não necessariamente) ser precindidas. Dir-se-á assim ao parceiro a quem se passa: "guerra" para significar o conceito usado no verso que se criou foi esse mesmo que a palavra "guerra" possa lá figurar ou não (ou, em alternativa, que é mesmo obrigatório que lá esteja, desde que isso se tenha convencionado).
[4] Um bom "cadavre exquis" começa a ser obtido à volta de 10-15 pessoas. Pode fazer-se com menos (ver nota [5a]) e pode obter-se o número desejado de frases, ou "versos" dando várias voltas à mesa. Aqui, também, é uma questão de escolha.
[5] Uma modalidade mais rígida obriga o parceiro a voltar a usar a palavra que lhe é transmitida embora a palavra que passa ao seguinte possa já ser diferente. Há, de facto, multiplas variantes - mas as regras devem sempre ser combinadas antes para não dar "salada".
[5a] Pode também acordar-se que cada frase tenha a extensão silábica de um dado verso, criando homogeneidade métrica na composição. A fonte de referência mencionada em [1a] descreve da seguinte forma o processo de génese do primeiro "cadavre ezquis" histórico: "Cinco parceiros à volta de uma mesa. Cada um escreve, em segredo e até dissimulando a escrita, um substantivo que deverá ser o sujeiro de uma frase. Passa-se essa folha dobrada ao vizinho da direita e recebe-se a folha dobrada do vizinho da esquerda, que a elaborou da mesma forma. Passa-se então ao adjectivo: cada um, na folha que tem à sua frente e sem saber o substantivo que lá está, escreve um adjectivo. Tudo em segredo, claro. Nova passagem de folha dobrada, entre parceiros. Vem então o verbo, que deverá ser transitivo, para que, após nova passagem, se escreva outro substantivo (o complemento directo do meu tempo...) e, após a passagem final, o adjectivo que qualificará esse substantivo. Segue-se a leitura das cinco frases obtidas!".
[6] Claro que se pode também usar em refeições mais aligeiradas. P.ex. fazer este jogo num "MacDonalds" oferece uma sequência incrivelmente restrita. Mas tudo é possível!
[7] Para quem esperava a homónima obra de Manet (ou de Picasso apud Manet), fica para a próxima! Chao! Não queriam mai'nada?
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Se num grupo de amigos o jogo já é pândego, em "tête à tête" amoroso ou quase e em simulacro de "cabinet particulier" (coisa que também já não existe, mas que teve a sua época!) o processo, mesmo que se mantendo prandial, pode permitir outros toques de criatividade, claro.
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[1] O assunto merece ser tratado seriamente! Veja-se
ou, para os não francófonos,
onde se poderão construir "cadavres exquis" assaz divertidos em colaboração internacional segundo as regras referidas em [5a]. Aliás o nome do processo nasce em 1925 da primeira frase obtida deste modo: "Le cadavre exquis boira le vin nouveau" (o cadáver requintado beberá o vinho novo).
[1a] A designação de "jogo surrealista" ou de "um dos jogos dos surrealistas" (porque há mais) é relativamente comum; já a designação de "jogo de salão" levará qualquer surrealista a torcer o nariz.
[2] Este aviso prévio é útil para evitar que qualquer dos participantes possa enveredar por contribuições javardas em ambientes em que esse "grau de liberdade" (que certamente muitos surrealistas genuinos reclamariam) possa parecer deslocado. É uma cedência aos costumes, uma restrição à liberdade do processo, mas é prudente o aviso!
[2a] Cortesia a
[3]Já se deixou expressa a liberdade que pode existir neste processo. Uma modalidade mais livre será transmitir conceitos em vez de palavras, mesmo que as palavras que traduzam esses conceitos possam (mas não necessariamente) ser precindidas. Dir-se-á assim ao parceiro a quem se passa: "guerra" para significar o conceito usado no verso que se criou foi esse mesmo que a palavra "guerra" possa lá figurar ou não (ou, em alternativa, que é mesmo obrigatório que lá esteja, desde que isso se tenha convencionado).
[4] Um bom "cadavre exquis" começa a ser obtido à volta de 10-15 pessoas. Pode fazer-se com menos (ver nota [5a]) e pode obter-se o número desejado de frases, ou "versos" dando várias voltas à mesa. Aqui, também, é uma questão de escolha.
[5] Uma modalidade mais rígida obriga o parceiro a voltar a usar a palavra que lhe é transmitida embora a palavra que passa ao seguinte possa já ser diferente. Há, de facto, multiplas variantes - mas as regras devem sempre ser combinadas antes para não dar "salada".
[5a] Pode também acordar-se que cada frase tenha a extensão silábica de um dado verso, criando homogeneidade métrica na composição. A fonte de referência mencionada em [1a] descreve da seguinte forma o processo de génese do primeiro "cadavre ezquis" histórico: "Cinco parceiros à volta de uma mesa. Cada um escreve, em segredo e até dissimulando a escrita, um substantivo que deverá ser o sujeiro de uma frase. Passa-se essa folha dobrada ao vizinho da direita e recebe-se a folha dobrada do vizinho da esquerda, que a elaborou da mesma forma. Passa-se então ao adjectivo: cada um, na folha que tem à sua frente e sem saber o substantivo que lá está, escreve um adjectivo. Tudo em segredo, claro. Nova passagem de folha dobrada, entre parceiros. Vem então o verbo, que deverá ser transitivo, para que, após nova passagem, se escreva outro substantivo (o complemento directo do meu tempo...) e, após a passagem final, o adjectivo que qualificará esse substantivo. Segue-se a leitura das cinco frases obtidas!".
[6] Claro que se pode também usar em refeições mais aligeiradas. P.ex. fazer este jogo num "MacDonalds" oferece uma sequência incrivelmente restrita. Mas tudo é possível!
[7] Para quem esperava a homónima obra de Manet (ou de Picasso apud Manet), fica para a próxima! Chao! Não queriam mai'nada?
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2007-04-28
Visita ao Alto Douro dos antigos alunos do LAH sediados em Lisboa
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Para mais detalhes ver www.lah-1954.blogspot.com. De qualquer forma aí vai a Torre da Ucanha para adiantar conversa...
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... e, também de qualquer forma, não pagamos portagem para atravessar a ponte!
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