CASCATA DE COINCIDÊNCIAS

ACHAMENTO ENTERNECEDOR

Now and then, se uma fenda no tempo se me abre, gosto de relancear os olhos pelas estantes, escaparates e ao longo das vastas mesas típicas e antigas das livrarias de alfarrábios.

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Tive sorte, e tive sábado, ontem. Tive sorte, tive fenda e tive uma grata surpresa!.

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Encontrei, serendipitiously e, por isso, numa primeira e feliz coincidência, o número de Outubro de 1935 da revista LABOR ( primeira imagem).
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A capa mostra uma segunda e agradavel coincidência: este exemplar fora adquirido pelo Prof. Noémio Nanette Curado, como demonstra e não só, a inscrição no seu canto superior direito. Por seu punho?... admito que não. Poderia ser - nada custa botar hipótese - letra do Dr. Rodrigo Fontinha que, como se lê na contra capa, representava, então, a Labor no Liceu Alexandre Herculano e era quem, por isso, recebia de cada colega, os 3 escudos que a revista custava. Revista, relembre-se, que era conceituada, enquanto órgão cultural dos Professores do Ensino Secundário. Ia já no seu décimo ano de publicação e vinha do tempo da primeira répública.

A terceira coincidência revela-se também no frontespício, quando nele se anuncia a publicação no seu interior de um artigo do Dr. Cruz Malpique então Professor no Liceu Salvador Correia, em Luanda. Intitula-se «Nótula sôbre a psíco-pedagogia do mêdo» ( vê-se melhor na segunda reprodução) . Leiam-no - deleitem-se - nas 7 digitalizações com que terminará esta correpondência.

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Antes porém, a última coincidência: Certamente no dia em que o Professor Curado recebeu este exemplar da Labor das mãos do Dr Fontinha - à data o Reitor do Liceu - exarou-lhe , com sua elegante mão de desenhador, preendendo, como usava fazer, a caneta entre o polegar e o indicador - imagino - exarou-lhe dizia, a sua elegantíssima assinatura. Apreciem-na quarta reprodução.

Para lerem com mais conforto e assim com mais prazer o artigo que se segue, do Dr Cruz Malpique, aí no canto inferior do vosso monitor aumentem a ampliação do texto para 2oo%, ou mais.

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Já que se mencionou o Dr. Fontinha relembro que lhe fomos ao enterro. Havia (como disse) sido Reitor do Liceu, julgo que logo antes do Dr Sena Esteves. Faleceu quando eramos caloiros. O Reitor em funções, determinou o acompanhamento do Funeral pelos alunos do Liceu. Fui. Como toda a maralha. A pé. Diga-se que foi a primeira vez que assisti a uma tal cerimónia. Cóquei tudo e todos. No auge do evento tópo o Álvaro Malafaia (11 anos) a chorar... Já lá para traz aqui se disse que o menino Álvaro sempre foi muito sensível ...

Rui Abrunhosa
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