LAH1954

um blog de antigos alunos do Liceu de Alexandre Herculano, do Porto

quarta-feira, 18 de abril de 2007

O programa da viagem ao Alto Douro

Aí vai, tal como recebido do Colega Florindo:

PROGRAMA DO PASSEIO AO ALTO DOURO

1º dia - ( sábado - 28 Abril)
08H30 -Partida de Lisboa em Autocarro - Local: Gare do Oriente (frente ao A K I )
A1-Coimbra-IP 3- Viseu-Castro d’Aire-Ucanha.
Visita à Torre da Ucanha
13H00 - Almoço
14H30 - Visita aos Conventos de S. João de Tarouca e Salzedas
Partida para Lamego.
17H00 -Visita pela cidade e ao museu. Ida à Srª dos Remédios
Alojamento no Hotel Lamego em Lamego
20H00 - Jantar no Hotel

2º dia – ( domingo – 29 Abril )
08H00 - Partida de Lamego em autocarro.
08H45 - Embarque no cais do Peso da Régua
( barco Douro Azul)
Navegação Rio Douro até Barca d’Alva (100 Kms)
Almoço a bordo
17H125 - Desembarque em Barca d’Alva
Viagem de autocarro até VN Foz Côa.
Alojamento na Albergaria Vale do Côa
20H00 - Jantar na Albergaria

3º dia – ( 2ª feira – 30 Abril )
09H30 - Partida em autocarro de Foz Côa
10H00 - Visita ao castelo de Freixo de Numão e cidade romana.
Deslocação para a Quinta do Carrenho
12H30 - Visita à quinta e prova de vinhos
Almoço a convite do Hernani Verdelho e esposa
15H00 - Embarque e regresso em autocarro
Celorico da Beira – Viseu – Coimbra – Lisboa
Jantar ligeiro no caminho à responsabilidade de cada um.
22H00 - Chegada a Lisboa ( Gare do Oriente )

Obs:
Para o barco é conveniente serem portadores dum agasalho, chapéu e protector solar.
O preço calculado é de cerca de 270,00 € por pessoa.
No fim serão apresentadas as contas e feito o acerto.
Se o nº de inscritos não justificou o fretamento dum barco em exclusividade, pelo que utilizaremos o barco da empresa, partilhado com outras pessoas, com capacidade para 318 pax.

Lisboa, 17 de Abril de 2007
O organizador:
Florindo Baptista Morais

terça-feira, 17 de abril de 2007

O jantar de 26/4; notícias sobre o passeio ao Douro

Se me baldei ao jantar de Março (e até ao seu anúncio no blog) foi apenas porque me meti em folestrias e a descer escadas voando. Como não sou o Superhomem, voo mal e rachei uma costeleta. Sinto-me perdoado.
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No dia 26 teremos o jantar de Abril. Do Porto virão alguns colegas do curso de 1954: Abrunhosa, Carlos Sousa, Januário, Moreira e Sena Esteves. Antes do jantar está programada um encontro/visita destes com o Delfim. Para animar o grupo, o Sena Esteves enviou a todos um "power-point" com fotos de Lisboa que nem o D.Pedro Pitões teria feito melhor quando reuniu a rapaziada lá em cima, no adro da Sé, para convencer os que tinham barcos, a vir de barco, e os outros a vir no pendular-a-solípede para os que solipedavam ou a-butes para os que, não solipedando, também queriam fazer caminho. Pois a 26 lá nos encontraremos.
Não se esqueçam pois que, de acordo com a prática corrente, na última 5ª Feira de cada mês (com intervalo de férias, que anunciaremos, bem como quaisquer desvios de calendário que possam suceder) se realiza o jantar de um grupo de "Alexandrinos" da área de Lisboa no Restaurante Granja Velha, Rua dos Douradores, 200, Lisboa, telefone 218 873 891. Existe parque automóvel próximo, na Praça da Figueira.
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Passeio ao Alto Douro: o colega Florindo Morais está a contactar os que vão, para efeito de regularização de contas. Segundo informação entretanto chegada, a partida será dada no próximo dia 28, sábado, da área anexa à gare do Oriente, frente ao AKI. Para qualquer pormenor adicional sff contactem o Florindo.
postado por ZM
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O "Prelúdio" em 1973 e 1974 - 2/2

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Data de Março de 1974. Inaugurara uma capa nova. Dentro, página 9 entre muita coisa nas outras páginas, os "Estatutos do Homem", de Thiago de Melo, com data de Abril de 1964 e local : Santiago do Chile. Em Abril de 1964 ainda não chovera em Santiago. Recordo o poema, então tão conhecido, hoje mais esquecido - mas sempre belo e sempre ensinador:

Os Estatutos do Homem (Acto Institucional Permanente)
A Carlos Heitor Cony


Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.

Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.

Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.

Artigo V
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.

Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.

Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco.

Artigo XI
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.

Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.

Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.

Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.

Artigo Final.
Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.

Thiago de Melo
Santiago do Chile, abril de 1964

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NOTAS:

1) Ao colega "alexandrino" Taveira de Sousa volto a agradecer o ter-me facultado este último número do "Prelúdio", que foi o jornal dos alunos do Liceu de Alexandre Herculano, no Porto)

2) Relativamente ao poema original, a presente versão, que foi retirada do "Jornal de Poesia" do Autor, tem pequenas divergências, que podem (salvo uma: o "caminharemos" do texto do Prelúdio por "marcharemos" no texto original, no 4º verso) ser levadas a título de gralhas.