LAH1954

um blog de antigos alunos do Liceu de Alexandre Herculano, do Porto

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Um Testemunho do Dr. Luís Silva

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(adaptado de w.w.w.bluejake.com)






Em 24 de Maio de 1997 o Carlos Soares de Sousa o Januário e o Moreira proporcinaram-nos uma confraternização dos finalistas de 1954 do «Licev Alexandre Herculano» ,com um "Passeio de Barco" pelo "Circuito das 5 Pontes" e um Jantar no Restaurante Downing Street na Ribeira do Porto.


A este jantar assistiram quatro dos nosso Professores de sempre: Drª. Ana Rosa, Drª Margarida, Dr. Luís Silva e Dr. António Augusto Lopes

O Dr Luís Silva deu o seu "Testemunho" lendo o texto que para o efeito escreveu e que em seguida se transcreve.


«O Meu Testemunho»

1

A dois valores faz juz
Esta geração de truz:

-Ao companheirismo que permanece
Com uma amizade que não arrefece,
-E aos velhos professores que não esquece
Com a gratidão que lhes merece.
#
2.
Como aluno que este Liceu
Também frequentou,
Junto-me a vós,
Aqui estou.
Partilho convosco a alegria
Que do coração irradia
E que todos selamos
Quando nos abraçamos.
Aqui, votos estamos a nos desejar
Para na vida nos continuarmos
A nos realizar:
Cada um à sua maneira,
Cada um na sua idade,
Ora mais ora menos à beira
De uns nacos de felicidade,
Embora com a dificuldade
Dos anos andados,
Somados,
Suados,
Também festejados.
Agora, percorrer o fim de ciclo
Com autenticidade,
A vida com sabedoria encarar,
E assim,em boa verdade,
Não será partir mas ficar.
E não é despiciendo lembrar
Que os materiais que despojamos
Se vão dispersar
E noutros vidas colaborar,
Em ciclos e ciclos repetidos,
Que vão ser vividos.
#
3.
Como professor de Física
Que de alguns de vós fui,
Receio ouvir falar-ui!
Os trabalhos e a exigência
Porque vos fiz passar,
No fito de obterdes competência
Necessária à vida para triunfar
Deixaram-vos a lembrança,
Certamente,
De que para vós,
Gente excelente,
Não seria preciso tanto,
A ciência podia esperar,
Prematuro era cobrir seu manto,
A malta preciscava de folgar
E, enquanto era tempo,
Aproveitar cada momento.
Para quê, por isso,
Tanto tormento?
Exagerei?
Pela intenção já me perdoei.
Mas a vós pertence ajuizar,
50anos volvidos,
Se algo ficou desses idos
Que tenha valido a pena,
Se mais-valia conferiu,
Mesmo pequena.
#
4.
A terminar,
Só quero lembrar,
Repetir,
Que vossos velhos professores,
Aqui presentes,
Estão a sorrir,
Felizes pelos tempos
Que lhes recordais
E pelas saudades
Que evocais.
Bem hajais!

E acabo como comecei,
Por isso direi:
Aos valores
Que os nortenhos cultivam,
E fazem com que de bem consigo vivam,
Seja o companheirismo
À amizade ligado,
Seja a gratidão
Aos professores do passado,
Presto homenagem,
Rendo vassalagem,
Ganho coragem
Para a vida louvar,
Trabalho e dedicação bem-dizer
Por tais frutos dar,
Por isto acontecer.

Amigos:
Cumprido este mandato do coração,
Com o nihil obstat da inteligência,
Irmanando emoções e ciência,
Em partes iguais,
Taisquais,
O humano tornando mais rico,
Por aqui me fico,
Assim termino:
Um voto a todos
De felicidade a rodos
Mais um hino à vida
E um forte abraço
Na despedida
#

Luís Silva

24de Maio de 1997

"Um Sábado de Alegria"

(Sic)
A tempo:

1 - Trasfegado por minha Neta Francica

2 - Não disponho de nenhuma fotografia do Dr. Luís Silva. Se alguém resguarda em seus arquivos um qualquer exemplar, convidado está a "bota-lo" aqui no Blog.



Reflexões pelo Dr. António Augusto Lopes


Fotografado durante o Encontro em V.N. de Gaia em 25.11.07

"O ENCONTRO...SORTILÉGIO DO TEMPO QUE PASSA"

«Estes pensamentos que vos deixo...
Evocando, hoje, o tempo de ontem.»
97.05.24


"A ESSÊNCIA DA MATEMÁTICA É A LIBERDADE"
(G.Cantor)

1.O homem é um animal matemático
1.1 O matemático é um homem livre.
1.2 Os professores são livres para promoverem o acesso dos alunos à liberdade: liberdade de Ser, de Estar e de Mudar.
2. A matemática e a física são um par ordenado indissolúvel

. O matemático prepara os moldes que, depois o físico há de preencher;
. O físico oferece ao matemático a ( s) matéria (s) com que fabricará novos moldes.
Um e outro são as forças propulsoras do binário
*HOMO SAPIENS, HOMO FABER*
3. "Semem est verbun magistri"
A matemática é um estilo de pensamento em evolução. O pensamento exprime-se por uma linguagem - que é preciso conhecer e cultivar. Por isso: o domínio da língua materna é indispensável á compreensão da matemática, constituindo o suporte de uma metalinguagem sem a qual toda a comunicação é impossível.
4. A educação das mãos é necessária á construção de uma linguagem
(Paul Valéry, in «Discurso aos cirurgiões»)

Na adolescência, quando se tem dezassete, dezoito anos - mais ano, menos ano - que vale mais para cada um : "as formas de beleza ou a beleza das formas?" Na matemática, a geometria é fonte de beleza e educa a sensibilidade. Daí que os desenhos e os trabalhos manuais actuem como reveladores e formadores de espírito crítico, rectilíneo e geométrico.
5. Deus é Geómetra
A matemática é elemento fundamental na definição de um novo humanismo, no limiar do séc.XXI, porque rampa de lançamento do espírito para e até às alturas celestes:

. pela imaginação, é varinha mágica que abre as velas de cada um aos ventos do mar da vida;
. fomenta a criatividade como substractum do sonho;
.pelo sentido crítico, é bússola que marca as linhas de rumo da probidade intelectual, é crivo que filtra as impurezas e leva o espírito a tomar a direcção e o sentido das dimensões do que não conhece.
______________________
Na última "postagem" deixei a alocução que o Dr Luís Silva profertiu no mesmo encontro de 24 de Maio de 1997 em que o Dr. António Augusto Lopes fez as Reflexões que acima transcrevo. Mereceu apropriado comentário do nosso Moreira...
..."as a matter of fact"... "sad fact... indeed!..." a minha memória passou a ser desenhada "a tracejado"...!!!...
Ora lembra... ora esquece...
Me seja, por tal, compreendido e desculpado, pelo Oliveira e pelo Moreira, o erro em que laborei dando o Moreira por um dos três organizadores do Jantar no "Restaurante Downing Street" na Ribeira, em vez do Oliveira.
Aproveitando o ensejo... (chemin faisant... diria a D. Ema... ) o Moreira rosnou protesto pela cicunstância de a peça aparecer sem a "assinatura" do carteiro...
... Oh Pá!... "Esqueceu-se-me"... recapitula, atrás , "o conceito do tracejado". Caiu no não traço...
Eu, que já fui "um traço"... ( Uhhh!! - Oh Boi!...) estou feito num não traço ...
E agora? o que é o que falta?!...
Ah... pois!... assinar...
Rui Abrunhosa

domingo, 8 de fevereiro de 2009

DELA HOUVE NOME DE «PRELÚDIO»





OLIMPIA MORAIS SENA ESTEVES




Esposa do Dr. Francisco Sena Esteves, o nosso Reitor de sempre. Com ela nos cruzavamos, muito frequentementemente , quando entravamos ou saíamos o grande e belo portão em frente à entrada esquerda do corpo central do "Licev". Rodeando a esquina deste corpo usava uma porta lateral de acesso directo e independente à residencia que por direito era a do "SenhorReitor"


Mãe jubilosa de sete rapazes e duas meninas, sempre sorrindo, com uma voz maviosa, deles fez gente com caracter. Pilotavam caças da Força Aérea, criaram arquitecturas, praticacaram a arte médica, fizeram engenharia, socializaram... o antepenúltimo, o nosso Fernando, veio a ser Professor Catedrático da Universidade do Porto, onde dirigiu, por duas vezes, a Faculdade de Farmácia.


Era transmontana, por isso doce e firme, de carater e de convicções. Mulher de Fé. Procurava ajustar os seus comportamentos, fazer crescer a sua personalidade, a de seus Filhos, de seu Marido e a das Pessoas com quem se relacionava, à Luz do Conselho Fraterno que recolhia de Cristo. Sorrindo sempre. No "side car", atrelado à motociclete de seu Marido, o nosso Reitor, correu, com risadas e alegria, nos anos trinta, as picadas lamacentas de Trás os Montes, onde lhe nasceram os dois Filhos mais velhos.


Corria a primavera de 1952. O Bando saído das aulas, na Avenida Camilo, dirigia-se para a zona da Praça das Flores. Passava em frente ao muro da Igreja do Bonfim, onde largava o Mota Cardoso, gralhava pela rua do mesmo nome (ali deixando o Bahia), deixava gente na rua D. Lopo de Almeida, onde alguns viviam ( o Gaioso e os dois irmãos Rui e Luís Abrunhosa) e outros desciam até à Justino Teixeira ( o Barros e o Carlos Brito), entregava o Belmiro Guimarães na Praça das Flores, desistia do Martins - le boulanger - á entrada da Rua de S.Roque da Lameira, e terminava com o José Augusto Seabra, em casa de sua Tia , a Professora Julieta, na meia encosta da Travessa das Antas. Grupo estabilizado por quatro anos de longas intelecto-lúdico-bemcomportadas libações. nas mais surpreendentes áreas do que de mais superior alcançou o Homem logo que se apanhou com a primeira erecção... " I mean !"... do eixo craneo-radiquidiano, apoiado exclusivamente nas extremidades podálicas.

























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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Falecimento

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É com grande tristeza que levo ao conhecimento dos leitores deste blogue que, há umas semanas atrás, faleceu o nosso colega José Fausto Dias de Carvalho que morava na Maia. Em 2007 esteve presente no nosso convívio/almoço e no ano passado teve a gentileza de escrever uma carta datada de 26 de Agosto à comissão organizadora a informar que, só não se inscrevia naquele ano, por lhe ter aparecido a oportunidade irrepetível de dar um passeio à Croácia na mesma data, enquanto que já em 2009 ia ter a possibilidade de voltar a estar presente no nosso convívio. Infelizmente não vai ter mais nenhuma possibilidade.
Paz à sua Alma
Moreira
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